Caixa aumentou de 30 para 35 anos período para pagar imóvel; diferença pode não ser vantajosa.
A partir de hoje, a Caixa Econômica Federal (CEF) amplia de 30 para 35 anos o prazo para novos financiamentos imobiliários.
Para aqueles que puderem alargar o prazo, a entrada ficará menor, e o preço da prestação, também. A possibilidade de pagar em 35 anos permitirá ainda que o mutuário compre um imóvel mais caro, pagando a mesma prestação.
Mas o consumidor precisa ficar atento: a ampliação do prazo do financiamento aumenta, necessariamente, o valor total pago em juros no montante da dívida.
O economista e professor da FEA-USP Roy Martelanc afirma que se deve evitar a prática de só checar se a prestação cabe no bolso e passar a olhar o prazo.
"Não recomendo (o financiamento imobiliário de longo prazo), são anos de vida que você está pagando. Se possível, financie em menos tempo ou compre um imóvel menor", disse ele.
A diretora da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Luciane Varisco, é da mesma opinião.
"O consumidor está acostumado a esticar os prazos dos pagamentos até o máximo, pensando apenas se a prestação cabe no salário, e os bancos estimulam isso. Mas, se a pessoa tem condições de pagar em 20 anos, por que não contratar para um prazo menor?", afirma ela.
Prestação cai até R$ 40
O economista Maurício Visconti, da Reit Soluções Financeiras, pôs na ponta do lápis quanto a prestação cai com a ampliação do prazo.
Em um financiamento de R$ 100 mil, a prestação cai entre R$ 20 e R$ 40, dependendo da tabela de reajuste das mensalidades.
Pela tabela Price, a prestação, no pagamento em 30 anos, seria de R$ 769,63 (sem os seguros) e, pela tabela SAC, a mais utilizada atualmente, de R$ 986,9.
Aumentando o prazo para 35 anos, a prestação da tabela Price cairia para R$ 747,61 e da SAC para R$ 947,27.
A simulação foi feita com a taxa fixa de 8,85% ao ano.
"Vale a pena pagar cinco anos a mais para economizar R$ 20 ou R$ 40 por mês?", questiona o economista Visconti.
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