IMÓVEIS: Bancos e especialistas prevêem desaceleração no setor imobiliário


Fonte: Revista Veja - Caderno Economia 
Caixa anunciou seus resultados financeiros relativos a 2010, destacando a ampliação de 41,3% em sua carteira de crédito para 175 bilhões de reais – equivalente a 10,32% do total ofertado no mercado brasileiro. Deste montante, nada menos que 108,3 bilhões de reais referem-se a empréstimos para aquisição de moradias. Os valores superlativos, no entanto, devem perder força. A ampliação da carteira de crédito total para 2011, segundo perspectivas do próprio banco, será menor e não deverá passar de 30%. Apesar de ainda expressivo, o número mostra que as medidas tomadas pelo governo para conter a expansão do consumo e, por conseqüência, o aumento da inflação terão efeito sobre este mercado. “A atuação do governo terá impacto direto na demanda, que, por sua vez, deve afetar a oferta. Nós estamos cientes que a demanda tende a arrefecer este ano”, afirma o vice-presidente da Caixa, Jorge Hereda. A CEF não divulgou estimativas específicas para o financiamento habitacional, que é seu  carro-chefe.
Já o Bradesco – segundo maior banco privado brasileiro – prevê que sua carteira de crédito imobiliário crescerá 10% neste ano, para 10 bilhões de reais. A projeção consta do balanço anual da instituição financeira referente a 2010, publicado em 31 de janeiro. Essa evolução, se concretizada, ficará bem abaixo da alta de 93,6% registrada de 2009 para 2010, quando os valores saltaram de 4,7 bilhões de reais para 9,1 bilhões de reais.
Desaceleração – A expectativa da Caixa vai ao encontro da análise dos economistas ouvidos pelo site de VEJA de que o setor imobiliário deverá experimentar uma desaceleração neste ano, contribuindo para afastar o risco de formação de uma ‘bolha’ nos preços dos ativos – que tanto motivou discussão entre os economistas nos últimos anos. Mesmo assim, as projeções para 2011 estão longe de retratar um mercado estagnado. A expectativa é de uma expansão nada desprezível de cerca de 20% nas concessões de crédito habitacional, mas abaixo das taxas superiores a 50% verificadas nos últimos cinco anos. Para os valores dos imóveis, a aposta é de alta mais comedida, empatando com a inflação.
A consultoria Tendências prevê uma ampliação de 18,1% nas liberações no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), cujo capital vem da poupança. No ano passado, a alta foi de 52,7%. Já as concessões na linha com recursos do Fundo Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem ter elevação de 22,6%, contra os 56,1% de 2010.

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